quinta-feira, 31 de maio de 2012

exibam seus seios de onde vem o leite da vida



A Igreja na real, é uma grande merda, 
se acha, quer mandar em tudo, 
pensam que são donos do mundo, 
é a tal da religião oficial,
estou me lixando pra ela. 
Que as "Vadias" invadam tudo 
que represente opressão, 
caretice, censura, 
embuste, cadeados, prisões: 
já que os homens fizeram 
o que fizeram com o mundo, 
que as mulheres assumam 
mesmo as rédeas de tudo, 
esse é milênio das mulheres, 
a mulher é a mãe da vida, 
a mãe da beleza, da criatividade. 
Abram mesmo seus corações 
e exibam seus seios 
de onde vem o leite da vida, 
de onde vem o prazer e a beleza.
As mulheres devem mesmo ( contem comigo) derrubarem todos os muros, 
romperem todas fronteiras, 
e nós homens 
que contribuímos com a destruição, 
às sigamos.

      (edu planchêz)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Agúdos sabores

“Dançarei apenas porque isso me possibilita expressar minha personalidade. Quero ser uma personalidade para cumprir minha missão. Minha missão é a missão de Deus. Minha loucura é o meu amor pela humanidade. Não quero a morte dos sentidos. Sou aquele que morre quando não é amado ”.(Vaslav Nijinsky)
                  NIJINSKY

Voltando a falar de sinergia, 
atração, magnetismo...
voltando a falar da voz 
do tempo além e aqui no tempo,
inseguro e seguro,
mergulho no teu líquido oleoso perfume:
sou um homem perfumado
que tem a gentileza encrustada 
no plexo solar,
as mãos lentas e velozes, 
a barba macia selvagem

E ouço o cantarolar de Nijinsky 
dançando sobre as ondas do meu pensamento
sobre as ondas do teu pensamento,
sobre os pensamento do mar
que pariu o Novo Mundo

Seguro nas mãos de Nijinsky,
nesse agora as tuas,
as tuas pernas repletas de chamas
de agudos sabores

     ( edu planchêz)






Balão relampejando sobre as casas

A fumaça do pito do velho homem
invade o velho novo mundo,
e o homem que é bicho
agora é também vapor barato,
balão relampejando sobre as casas,
entre os aviões desse céu de cometas,
de aves migrantes: 
bailarinos se penduram nas escadas,
do céu do filme

        ( edu planchêz)



encrustada na salina de vossa alma

não mais que uma grande manhã 
escavada na pedra fundamental 
que o poeta possuí encrustada na salina 
de vossa alma, 
nas retinas do dia arfante

quase e quando no agora desnudo que dança 
rodopiando os seios, 
mais que quase...sendo

     (edu planchêz) 

domingo, 27 de maio de 2012

os pequenos e os grandes lábios



Observando as mutações, os sinais bem vivos 
das andanças de meu coração pelos corações,
dos muitos carinhos recebidos e retribuídos,
e ao mesmo tempo tendo apenas a voz de Evinha como presença feminina, 
pois a maioria dos amores 
que hoje vivo são virtuais, 
os toco apenas com o pênis 
e os lábios da alma


ultrajante é o desenho mágico 
formado por teu corpo e o meu


As ruas estão prontas para receberem
os estalos de nossos apaixonados pés
e o fundir-se de nossas bocas


O novo mar emerge de mim,
emerge de você:
estamos sempre à frente,
sempre inventando uma posição deliciosa,
enchendo de jóias o meio de nossos dedinhos,
o furinho do umbigo,
os pequenos e os grandes lábios,
os bicos dos peitos,
a glande e a cabecinha do grelo


        (edu planchêz)

sábado, 26 de maio de 2012

No "espaço do desejo"



Vivo a espectativa dela aparecer na "rede",
no "espaço do desejo",
aqui entre os meus dedos:
o que faz um homem amar tanto uma mulher?
Da onde vem esse lampejo azulezado de estrelas?

Sinto-me inseguro, um menino desprotegido...
Onde ela estará? Será que me ouve? 
Será que me contempla no ar?

Verdes são as águas, amarelas as luas,
vemelhos os morangos,
e douradas, as tulipas

   ( edu planchêz )

vasculho tuas páginas de relacionamentos

Fico te procurando no vento, 
no invivel de mim mesmo, 
sinto ciúmes de tuas roupas,
até de tuas próprias mãos que à tocam...
também vasculho tuas páginas de relacionamento...
sou um homem comum,
amando uma mulher especial...

   (edu planchêz)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Música no ar de nossas intimidades


                                                               À Sarah Agnes

Nas ventas da noite aterrizo, 
música no ar de nossas intimidades,
música em vosso ventre, música...
Os filhos da brasa viva passeiam 
pelo vale dos leões prontamentes nus,
movidos pela voz do piano de caldas

( edu planchêz)


mesma perola

Os que estão unidos pela mesma perola 
não correm nenhum risco de se perderem: 
esqueça nunca

        ( edu planchêz)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ave eu, eu ave

Ave eu, eu Ave,
nunca eu,
nunca
sempre

A ave veio 

de seu ancestral gigantesco
A ave veio do mar
Agora, ela pesca na floresta

No céu
vagueia a nave
da nova flor

No sub céu, no sobre céu, 

o que acontece?

   (edu planchêz
)

escultura para teus afagos

                    ( À Sarah Agnes )

"Vai Bicho, desafinar o coro dos contentes"

juntando tua sombra com minha sombra 

sob a sombra da grande árvore
carvalho jatobá jequitibá 

secóia baobá peroba

"Vai Bicho, desafinar o coro dos contentes"

sopra em meus lábios as penugens rosadas 

do mato colando teus lábios 
nos meus paises

"Vai Bicho, desafinar o coro dos contentes"

afasta bem essas cochas 

para saborearmos
o começo e o fim do mundo

"Vai Bicho, desafinar o coro dos contentes"

adorei lembrar de você, 

escultura para meus afagos
ultra viscerais, 

escultura para teus afagos, 
escultura

"Vai Bicho, desafinar o coro dos contentes"

       ( edu planchêz )

encontro no meio

encontro no meio dos escombros 
o soberano girassol
encontro nos seios 

dela um buque de rosas
encontro na gema 

da eletricidade a gênese
encontro nas camadas 

da rede magnética a realeza
de todos

  ( edu planchêz )

Alamedas de macieiras floridas

Galo cantou a meia-noite 
e quarenta e três:
não vou me embora desse mundo,
nele risco a pedra 

com as pontas dos ossos,
reencontro os que tenho 

que reencontrar,
subo no mais alto dos montes
para contemplar o mar 

e as impactantes ilhas

E esse artista 

que se aloja em mim
ama esse planeta
com todas as suas ferrugens,
bactérias, virus e fungos
Em meio a tantas esferas brilhantes,
justamente nesse "asteróide pequeno
que todos chamam de Terra"
estendi minhas velas,
acionei as turbinas,
entrei na simetria de todos os solidos,
gazes e líquidos,
caminhando sobre nós e petala,
correntes robóides
e alamedas de macieiras floridas

   ( edu planchêz )

Rio de Janeiro subterrâneo

Final de semana,
rua, baixada de Jacarepaguá,
estado da Guanabara eterno,
Rio de Janeiro subterrâneo,
Rio de Janeiro repleto de remos

Nelson Rodrigues
nas embarcações suburbanas
pós e antes o macarrão com frango
de domingo à domingo

As santas senhoritas descruzam
las grossas cochas:
"eu quero ver o oco!",
a boca que beija o farol
do cinema,
a metralha das aparições pentelhudas

Vejo a adultera colher foder o garfo
diante da faca e da tigela de maionese,
eu toco no meio das cochas
de todas vocês,
eu toco na meridiano de vossos úteros
e saúdo Paulo César Peréio
me melecando todo,
melecando a literatura venal
do subverter,
melecando vossas faces
com meu leite
   
( edu planchêz)

Toco na poesia crônica contidiana fantásmica de Tavinho Paes

Cousas do dia a dia atrapalham 
um pouco ou muito o pulso
do que tento ou preciso fazer,
recorro ao jogo do contente
e assumo o ser de Pollyanna:
há cinco dias sem o sinal da internet,
isolado do mundo?

Rádio Am transmitindo o futebol 

do dia de hoje,
o futebol do mundo, o futebol do Brasil
( toco na poesia crônica cotidiana 

fantásmica de Tavinho Paes)
toco no que não devo tocar,
segurando nas mãos de Betina Kopp, 

Glad Azevedo,
Pedro Poeta, Tico Santa Cruz, 

Igor Cotrim, Marcelo Mello...)

O Voluntários da Pátria correndo 

pelos aeroportos,
pelo planeta Brasil 

visceralmente unidos
na mesma lâmpada professora-criança

É muito bom saber 

que nesse momento a música-poesia que faço,
recito e canto, 

está sendo ouvida e lida no Japão,
no Zimbabo, em Portugal, em Mônaco, 

na Colômbia, em La Corunha, na Galícia, 
em Nápoles, em Las Vegas

E eu volto para a terra, 

para o plano gema carioca,
Curica Jacarepaguá 

Recreio dos Bandeirantes 
Barra da Tijuca Cascadura 
Madureira Praça Seca 
Santa Cruz Campo Grande

Eu dentro do mundo, o mundo dentro de mim,
os muitos mundos espalhados 

pelos ladrilhos da casa

Lembranças estreladas de Curitiba,
de Santa Cruz do Sul, 

Ribeirão Bonito, Ribeirão Preto, 
Sorocaba, Cachoeira do Sul, 
Cruzeiro, Cachoeira Paulista, 
São Paulo, Itatiba, Campinas, 
Brasília, Goiânia, Porto Alegre, 
Jataí, Caxias do Sul,
Florianópolis, Tubarão, 

Criciúma, Nova Veneza,
Joinville, Salvador, 

Brasília, Maceió,
João Pessoa, Niterói, 

São Gonçalo, Nova Iguaçu,
Vassouras, Nova Friburgo, 
Saquarema, Macaé, Maricá...

Corujão da Poesia, fogueira sagrada profana,
ponto motriz da vida nova,
dos que se olham nos olhos
dos olhos

"a nova vida vem do novo mar",
do mirante do Leblon,
dos poemas de carvão e areia,
de homens e sereias

   ( edu planchêz)

Apenas laço o pensamento que escapou-me pelos dedos

A manhã chegou branca sem o sol explosivo,
mas sei eu que ele está presente 
acima das nuvens
Minhas lembranças brancas tocam no sistema
que ilumina toda a região com o líquido
que permeia todo o planeta
e os planetas que ora retiro das cavernas 
de meu pincel,
e branca, e úmida será a pintura
que se estende no centro de minha criatura,
de tua criatura

Recordando dos muitos banhos de rio,
das chuvas que se despedaçaram
sobre esses emaranhados cabelos,
das mãos brancas de minha adorada avó 
Eugênia Planchêz

Oh grande vida que me faz conhecer 
o dom de nada fazer
e obter das palavras o desenho imperfeito!

No verão que construo 
com a pena que nunca deixou os meus dedos,
armo uma rede tecida com as celulas do sangue dos que amei,
dos que me amam, dos que me amaram, 

dos que ainda...

E essas múltiplas pernas jamais cansam de escalar os lajedos,
a aspereza do nobre tropel do cavalo vespertino...
E eu tenho tantos barracos e castelos
espalhados pelas salas das casas
que habitei no tempo,
e eu tenho tantas alturas, 

sou mais alto e mais baixo
que a compreensão de nunca ter possuído 

um único oceano

Nada conquistei, apenas me conquisto,
apenas laço o pensamento 

que escapou-me pelos dedos
e o transformo em tinta,
tinta essa que se espalha 

nos contornos de meu rosto
e de teu rosto

         ( edu planchêz)

sábado, 12 de maio de 2012

À 299 792 458 metros por segundo



À 299 792 458 metros por segundo desdobro 
as páginas desse dia,
mais que raio d'ouro, 
mais que voo de beija-flores 
se amando sob a pepita das águas,
mais que cortinas de perfumes adocicados,
mais que peixe ziguezagueando 

Eu sou a flor âmbar do sol de Aldebarã,
a jangada que nos trás Orfeu e sua Dama

O poeta é um nada que vagueia
entre as nuvens sangradas do logos 
e as vidraças da civilização inumana
que caminha para o imortal,
para o que está dentro do chão ígneo

     (edu planchêz)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Forte como um búfalo



Forte como um búfalo 
vou desatando os intricados nós da dor  
adquirida no chafurdar  
das mestras trevas

Esse animal que ora ora me habita, 
que sempre troteia pisando forte 
nos que são fortes,
nos que abraçam 
de peito desnudo cachos de vespas

É a prova maior da bravura humana,
é estar aberto, 
pronto o fincar das flechas do imortal

Creio que vocês pouco ou nada sabem 
a respeito do que agora sinto,
provável ser engano,
pois todos sentem, 
de carne são feitos,
de ossos e nervos erguidos

    ( edu planchêz)


terça-feira, 8 de maio de 2012

Minha mulher repletas de jóias humanas


Misteriosa Dama de Marfim, 
tua brisa solene 
de extremos perfumes
se incorpora a minha madruga,
aos anseios do homem 
que aqui está 
para nas compridas penas de tua calda
mover com os dedos 
do ventre o mais sorridente dos poemas 

Minha mulher repletas de jóias humanas,
ave que voa por dentro de mim, 
que voa por baixo e por cima 
das camadas vertiginosas 
de minha pele irmã da tua

Nunca deixe de ouvir o concerto 
do rouxinol de nosso amor,
pois vejo-te em mim 
para além e para antes dessa existência


Mulher carmim, serena de cores, 
de flores livres,
de contrações incinerantes,
chama sagrada do meu silêncio,
dos gemidos cortantes 
cravando formas piramidais 
em meu coração galático


Meu amor...


 ( edu planchêz)

domingo, 6 de maio de 2012

Amo as perfeitas tetas das oito meninas



Fadas encantam ovos, 
desses ovos eclodem oito meninas nuas  
com os bicos das tetas jorrando leite azul
sobre o meu paladar de poesia,  
sobre a cidade que tenho  
esculpida na garganta

Amo as perfeitas tetas das oito meninas,
amo o amor rosado de suas peles imperiais,
amo os bicos de suas tetas,
amo as oito meninas por igual

As oito meninas para sempre nuas 
trazem entre suas pernas o tesouro 
de todos os magos,
as planícies e as montanhas,
o véu dourado

Com a sede dos leões mergulho 
com as oito meninas no grande lago,
na grande roda de fogo acesa por Orfeu,
nos precipícios do hoje,
do ontem e do amanhã

E na transparência tênue das oito meninas
me torno também transparente,
homem de cera


   (edu planchêz)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sou um poço em reconstrução


Por toda a grandeza da noite comum a todos
esparramo a tinta da igualdade
e te chamo de vento róseo, 
de estrela submersa 

Sou um poço em reconstrução, 
uma lâmina afiada pela pedra,
pelo teu sentimento

E nesse sim prolongo por fias horas
os dedos teus entrelaçados aos meus
sob a aparição das iluminuras 
da manhã magenta
de tanto traçar nas raias das folhagens
pinturas praieiras


Não durmo 
enquanto o albatroz não cruzar a linha hemisférica que no pensar divide a esfera


Não durmo
perante a um vulto muito aceso,
a uma fogueira tribal,
ao vapor do chá feiticeiro

Você passa nua nas quinas das florações,
nos talos das ervas crescidas no limo
da imensidão que larga aves 
que não vejo mas sinto 
desgrenhar-se em meus cabelos
celeiro dos grãos novos 

    ( edu planchêz)

terça-feira, 1 de maio de 2012

A arte da chuva


A arte da chuva carrega meus braços 
com seus olhos de planetas e estrelas
Hoje vi a chuva tecer desenhos de chuva 
na crosta do chão das ruas,
no chão sustentáculo das plantas


A arte da arte despeja arte 
sobre a arte da arte você e eu

Banho-me nesse algo pendido 
para o lado esquerdo direito,
banho-me no sol e na neve
e chego a tua janela,
a tua armação de metal rosa


Sei que todos podem ver comigo 
a radiante aurora  
derreter a mais implacável dor,
seguindo pela calçada 
do Leblon de qualquer lugar
recebendo da água 
de sal os eflúvios triangulares
das embarcações iluminadas


   (edu planchêz)