sexta-feira, 27 de abril de 2012

Meu poema igual a qualquer poema


Meu poema igual a qualquer poema  
aqui está em estado de larva, 
celula que acorda e dorme,
pele e carne, dedo e caverna,
esquadrilha de pássaros no céu de agora

Eu corpo cósmico, 
pires apoiando teu copo de lágrimas, 
a copula da lã e do leite,
da dança africana e a ceia dos andarilhos

Põe a língua na letra que quiseres,
põe os nós nos estanques e nas golfadas
das solturas nossas


Mãe de meus ovos e uvas,
madrinha da água mordida pelo réptil
comedor de flores

Vozes do som-tempo, das calhas das folhas
que despencam dos beijos arpejados 
nas curvas tuas e minhas

Existência sustentáculo das celebrações,
celebrações cá nesta casa de canções,
de criações e renascimentos

Você, seja quem for 


   (edu planchêz)




segunda-feira, 23 de abril de 2012

Essa Deusa Humana se fez cometa



Essa Deusa Humana se fez cometa 
e cruzou os ceús meus,
totalmente transformado por ela em poeira 
sinto-me escorrer por entre seus dedos...
e no chão onde pisas transfiguro-me 
em sementes de trigo e centeio

Por entre o pão que comes, 
por entre as abstratas figuras 
que se formam em minha pele e na dela
está impressa a palavra amor,
a palavra fundir-se

Tal qual Dali hei de erguer um castelo 
de luz com seu nome impresso
em todas as celulas da vida 
das magnificas paredes,
imitando o mesmo mestre, 
hei de fundir dobradiças, 
torneiras e chuveiros de ouro superior
porque o mestre afirma que o ouro possuí
uma vibração de cor lilas

Sei que minha fêmea é simples,
mas mesmo assim a cobrirei de tulipas 
e jasmins,
de dálias e fartas pétalas de rosas vermelhas

Meu amor observa essas palavras
e ouve meu coração em seu coração

     ( edu planchêz)

Pier Paolo Pasolini abre bem sua lente

Pier Paolo Pasolini abre bem sua lente, 
capta o talhe meridional 
do rosto de minha senhora
e o transporta para o céu de Roma,
para os obeliscos da cidade que invento
cortorcendo meu corpo em direção as luzes 
filtradas pelas gelatinas coloridas
dos olhos ornamentáis do grande cinema

     (edu planchêz)

domingo, 22 de abril de 2012

Minha Dama de Marfim

Minha Dama de Marfim criou a chuva e os fios
que unem as flores e as folhas aos beijos 
que é o beijo 
representante de todos os beijos,
que os nossos beijos 
criem nações libertas, 
seres magnífico, 
jóias crianças,
quadros inesquecíveis

( edu planchêz)