Meu poema igual a qualquer poema
aqui está em estado de larva,
celula que acorda e dorme,
pele e carne, dedo e caverna,
esquadrilha de pássaros no céu de agoraEu corpo cósmico,
pires apoiando teu copo de lágrimas,
a copula da lã e do leite,
da dança africana e a ceia dos andarilhos
Põe a língua na letra que quiseres,
põe os nós nos estanques e nas golfadas
das solturas nossas
Mãe de meus ovos e uvas,
madrinha da água mordida pelo réptil
comedor de flores
Vozes do som-tempo, das calhas das folhas
que despencam dos beijos arpejados
nas curvas tuas e minhas
Existência sustentáculo das celebrações,
celebrações cá nesta casa de canções,
de criações e renascimentos
Você, seja quem for
(edu planchêz)
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