sexta-feira, 27 de abril de 2012

Meu poema igual a qualquer poema


Meu poema igual a qualquer poema  
aqui está em estado de larva, 
celula que acorda e dorme,
pele e carne, dedo e caverna,
esquadrilha de pássaros no céu de agora

Eu corpo cósmico, 
pires apoiando teu copo de lágrimas, 
a copula da lã e do leite,
da dança africana e a ceia dos andarilhos

Põe a língua na letra que quiseres,
põe os nós nos estanques e nas golfadas
das solturas nossas


Mãe de meus ovos e uvas,
madrinha da água mordida pelo réptil
comedor de flores

Vozes do som-tempo, das calhas das folhas
que despencam dos beijos arpejados 
nas curvas tuas e minhas

Existência sustentáculo das celebrações,
celebrações cá nesta casa de canções,
de criações e renascimentos

Você, seja quem for 


   (edu planchêz)




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